17 de abr. de 2010

À procura da calmaria...



A calmaria perdeu seu nome
fui correndo procurá-la.
Tomei-me toda de angústia.
Me deparei com sentimentos nunca antes confrontados.
Embaralhei os baralhos como num embaraço de laços
todos feitos de tênues fitas coloridas.

Tinha uma pedra no meio do caminho.
Inevitável foi o tropeço d'alma.
Alguns embaraços se desfizeram.
Pude contemplar alguém de roupas brancas a me erguer.
Mãos macias, toque suave e a voz: nada a dizer.
Meus olhos viram e não acreditaram.

Os lábios sentiram e acalentaram.
Aqueles olhos me fitavam audaciosos
e refletiam a luz do sol, brilhavam como pedras preciosas.
O vento pôs-se violento.
A poeira embaçou-me a visão
e frio despertou-me do sono.

Em dores sucumbiu o sonho.
Num instante ressuscitou o pesadelo.
Fiquei em afasia a procura da calmaria.
Só achei ali a melancolia
ela me disse que a coitada já tinha achado seu nome numa gavetinha.
A joguei pela janela; não morreu a infeliz.

Contaminou foi a mim.
Agora sei o que ela é.
Então adeus, Tsé-tsé!

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